Meus Mestres

Todos nós tivemos em algum momento de nossas vidas, pessoas que nos inspiraram, que nos deram conselhos valiosos, que nos mostraram um caminho. Podem ter sido nossos pais, um professor, um grande amigo. São pessoas que de certa forma, foram divisores de águas em nossas vidas.

Para mim, considero até hoje, que são duas as pessoas que foram meus mestres.

O primeiro, Irmão Lino, do Colégio Anchieta (Porto Alegre, 1978). Um padre jesuíta. Foi com ele que eu comecei  na fotografia. Eu, com 17 anos, escolhi o curso profissionalizante obrigatório na época, por achar que era o curso mais fácil de se levar. Entrei na primeira aula com uma Pentax Spotmatic na mão, sem saber muito bem o que estava fazendo ali. Mas como a primeira ampliação a gente nunca esquece, eu descobri  o quanto ficava cada vez mais ansiosa pelas aulas. Comecei a dedicar cada vez mais tempo com o novo hobby.

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(Irmão Lino, 1990)

Logo em seguida fui fazer intercambio nos EUA e naturalmente escolhi o curso de fotografia como uma das matérias na escola, para continuar a praticar e aprender um pouco mais. Foi lá que conheci Ed Bogenschild, ou Mr. B, meu professor. O que mais me chamou a atenção nele, é que ele ensinava com paixão, e isso fez toda a diferença para mim. Ele foi a primeira pessoa a me encorajar a levar a fotografia a sério e acho que viu em mim um talento, que eu ainda nem sabia se tinha. Um dia, durante o curso, ele me levou pessoalmente para conhecer a faculdade que eu viria a me formar posteriormente, e da qual ele próprio tinha se formado. No momento em que entrei na galeria do Art Center College of Design, eu pensei:

” é aqui que quero estudar”.

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(Mr. B, 1982)

Voltei para o Brasil com o catálogo da faculdade nas mãos, decidida a convencer os meus pais que era ali que eu deveria estudar. Meu pai, principalmente, não estava muito convencido, afinal estudar fotografia na Califórnia? Ele me fez entrar na faculdade, (fiz um ano de Letras na PUC/RS), mas eu sonhava com o Art Center. Na mesma época, me inscrevi num concurso de fotografia amador, realizado pela Secretaria de Cultura. O tema ” Criança Sem Fronteiras”. Mandei uma única foto, e não falei para ninguém. O resultado saiu no jornal, e eu tinha vencido em primeiro lugar, com a foto ” Vitória”.  Acordei o meu pai com o jornal na mão e ele falou: ” prepara a papelada porque voce vai para o Art Center. E foi assim que tudo começou.
(a experiencia no Art Center vou deixar para um próximo post em breve).

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agora todo mundo vai saber meu verdadeiro nome, mas é Jefferina com J.

 

O que fica desta história? O que me vem à memória quando lembro de tudo isso? Lembro que desde a primeira vez que peguei numa câmera, ela apontou para uma criança, como se fosse um imã. E até hoje, é a mesma criança que me atrai, que me chama.

O conselho mais valioso que o Mr. B me deu, e que carrego sempre comigo:

” Faça da sua câmera parte do seu corpo e da sua alma”.

É o que eu tento fazer toda vez que pego na minha câmera e coloco o meu olho no visor.

Obrigada Irmão Lino e Mr. B. Voces fizeram a diferença na minha vida.

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Colégio Anchieta www.colegioanchieta.g12.br

Art Center College of Design  www.artcenter.edu

Blog do meu pai http://blogtong.blogspot.com/search?q=fifi+tong

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